Quando contraiu poliomielite, aos 6 anos, num subúrbio de Dallas (Texas, EUA), e foi colocado numa máquina enorme conhecida como "pulmão de ferro", os médicos se surpreenderam:
"Ele não deveria estar vivo."
Após 70 anos, contra todas as probabilidades, Paul Alexander continua vivo, vivendo ainda num "pulmão de ferro". Aos 76 anos, ele foi reconhecido pelo Guinness World Records como a pessoa que passou mais tempo vivendo num ventilador de pressão negativa
Paul ficou paralisado após ser acometido pela poliomielite, uma infecção viral grave que pode afetar a medula espinhal, em 1952. Ele só conseguia mover a cabeça, o pescoço e a boca e quase morreu antes que os médicos o colocassem em um "pulmão de ferro".
Ele é uma das duas pessoas que ainda vivem dentro de uma dessas máquinas, de 2,1 metros de comprimento. A outra, Martha Lillard, já passou 69 anos ao lado de sua "querida amiga" depois que também contraiu poliomielite quando criança.
A máquina é uma cápsula hermética que suga o oxigênio por meio de pressão negativa, permitindo que os pulmões se expandam para que o paciente possa respirar.
"Perdi tudo: a capacidade de me mover, minhas pernas não me seguravam e depois não conseguia respirar", disse o americano, em reportagem no "Daily Star".
Mas Paul não deixou que seus pulmões defeituosos atrapalhassem o seu sonho de se tornar advogado
Eventualmente, ele tem sido capaz de deixar o "pulmão de ferro" por alguns minutos depois de aprender a "respirar como sapo"
"Eu faço a mesma coisa que todo mundo faz. Eu acordo, lavo o rosto, escovo os dentes, faço a barba, tomo café da manhã. Só preciso de um pouco mais de ajuda para fazer isso", declarou.
Em 2020, Paul publicou sua autobiografia "Três minutos para um cachorro: minha vida em um pulmão de ferro". Cinco anos em produção, o livro teve cada palavra escrita com uma caneta presa a um pedaço de pau na boca de Paul.
Apesar do desconforto, Martha, por sua vez, procura manter o seu dia a dia ocupado assistindo a filmes antigos e "cuidando" dos seus cães.
"É quase como ser enterrado vivo, você sabe, é muito assustador", comentou ela à Radio Diaries.
Em 1990, o seu "pulmão de ferro" quebrou, mas ela acabou herdando outra máquina de um home de Utah. É nela onde vive até agora.